A segunda fase da Operação Carga Fria, deflagrada nesta quarta-feira (19) em Cascavel e diversas outras cidades, prendeu 10 pessoas, apreendeu 10 carros e um caminhão utilizado para o transporte de drogas. Apenas um alvo da operação ainda não foi localizado, pois está escondido no Paraguai. Os líderes da Polícia Civil e do Gaeco participaram de uma coletiva de imprensa para repassar informações sobre as ações.
De acordo com a delegada da Polícia Civil, Franciela Alberton, em agosto de 2023, as forças policias descobriram que a organização criminosa adquiria as cargas de droga nas cidades próximas ao Lago de Itaipu e que mantinham elas armazenadas em chácaras, localizadas principalmente nas cidades de Cascavel e Toledo. Neste locais, os entorpecentes eram carregados em caminhões frigoríficos com fundo falso e encaminhadas para o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Diversos envolvidos tinham caminhões próprios e vendiam serviços de transporte para cooperativas e outras empresas, sendo que nestes momentos o transporte da droga era feito dentro do fundo falso. Segundo a delegada, as empresas não tinham conhecimento da ação criminosa.
Ainda conforme a delegada, as operações do ano passado causaram um desequilíbrio na facção, pois o líder foi preso em Balneário Camboriú. Assim, diversos membros do grupo disputavam a liderança da organização, sendo um deles um Policial Civil afastado que acabou baleado em Marechal Cândido Rondon, no dia 29 de maio de 2024.
O delegado do Gaeco, Nilmar Manfrin, disse que a organização criminosa era extremamente organizada no aspecto financeiro e que contava com milhares de contas em nomes de pessoas físicas e jurídicas que atuavam como “laranjas”. Um jornalista do Rio de Janeiro foi preso, suspeito de liderar as operações financeiras. Houve resistência e confronto com os policia durante o cumprimento do mandato. Com ele foram apreendidas duas malas cheias de dinheiro e três carros de luxo.
O Promotor do Ministério Público, Sandres Sponholz, considerou essa operação como “uma das mais exitosas” já realizadas. Segundo ele, as ações da operação de hoje vão ajudar a detalhar ainda mais o modus operandi de cada envolvido na organização criminosa, com o objetivo de o MP realizar as denúncias mais detalhadas e buscar a condenação dos criminosos. De acordo com o promotor, os envolvidos podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de drogas, homicídio e outros delitos correlacionados.
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