O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, foi o entrevistado de um dos projetos itinerantes mais admirados do jornalismo de Cascavel e do Oeste do Paraná. Ele participou do Café com Pitoco, uma entrevista com plateia, formada por líderes dos mais diversos setores produtivos locais, conduzida pelo jornalista Jairo Eduardo Fabrício Lemos.
Um dos principais assuntos da entrevista foi a Ferroeste, que chega aos seus 30 anos de atividades como uma obra indispensável à economia do Oeste, mas que, devido a limitações estruturais, não consegue entregar o volume de transporte de cargas esperado pelas empresas e cooperativas que dependem dela. “A Ferroeste não é eficiente nem suficiente e estão querendo levar a ineficiência até Guaíra, Foz do Iguaçu e Chapecó”, afirmou o presidente da Coopavel.
Dilvo não é contra a Nova Ferroeste, um projeto ambicioso elaborado para conectar algumas das principais regiões produtoras de grãos do Mato Grosso do Sul e Paraná ao Porto de Paranaguá. Porém, segundo o líder cooperativista, os problemas atuais, que limitam o potencial da ferrovia, seguirão até que o novo traçado e suas correções fiquem prontos, o que pode demorar muitos anos.
A melhor solução, afirmou Dilvo a Jairo, está, primeiro, em solucionar definitivamente os gargalos há muito identificados, principalmente em trechos nas regiões Centro-Sul e Sul da ferrovia. Os problemas, que inibem principalmente a performance no modal do Oeste em direção ao porto, fazem com que, por exemplo, um contêiner demore uma semana para percorrer trecho de apenas 600 quilômetros, encarecendo custos de um modal que é, em média, 35% mais acessível por tonelada na comparação com o rodoviário (para trecho de mil quilômetros).
Estudo
A Fiep contratou um dos maiores especialistas em transporte do Brasil para fazer um estudo técnico de ajustes necessários na malha já existente. Com base nesse diagnóstico, entidades querem debater com a Rumo, concessionária que busca antecipar a concessão das ferrovias paranaenses, a realização das melhorias apontadas. Caso os gargalos sejam vencidos, em vez de menos de 900 mil toneladas, como acontece atualmente, o Oeste poderá enviar de trem a Paranaguá até seis milhões de toneladas por ano.
“O projeto da Nova Ferroeste é grandioso, mas para 15 anos. Investindo agora, Cascavel, Oeste e Paraná têm muito a ganhar”, afirma Dilvo. Com apenas três pontos de melhoria, e com cerca de R$ 5 bilhões de investimentos, a capacidade da ferrovia, para todo o Estado, aumentaria de 13 milhões para 26 milhões de toneladas por ano, complementa o vice-presidente do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), Alci Rotta Júnior.
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