Em entrevista à Rádio Princesa FM 96.9, nesta segunda-feira (1), o presidente Lula reafirmou seu compromisso com a política de valorização do salário mínimo e reiterou que os trabalhadores não serão prejudicados em um eventual ajuste nas despesas do governo. Lula está em Feira de Santana, na Bahia, para anunciar melhorias nas rodovias baianas e para assinar novos contratos do programa Minha Casa Minha Vida.
“Primeiro, a gente tem obrigação de recolocar a inflação. A reposição inflacionária é obrigação nossa, garantir que o trabalhador vai ter a reposição para recompor o seu poder aquisitivo. Depois, nós decidimos que, quando a economia cresce, é preciso que o resultado desse crescimento seja distribuído com o povo, com 203 milhões de pessoas (…) Nós estabelecemos que a gente vai dar a reposição inflacionária mais a média de crescimento do PIB nos últimos dois anos”, pontuou.
Leia mais: Lula entrega moradias na Comunidade do Aço, no RJ, e reforça inclusão social
Sobre ajustes econômicos que atinjam os mais vulneráveis, o presidente disse não ser correto do ponto de vista econômico, político e humanitário. “São quase 30 milhões de pessoas, não tem por que a gente jogar nas costas deles. Ora, se a gente estiver gastando de forma equivocada, nós temos que parar de gastar de forma equivocada”, afirmou.
;
“É assim que eu quero cuidar do Brasil: eu quero aumentar a riqueza, quero aumentar a arrecadação, quero aumentar a distribuição e quero aumentar o bem-estar da sociedade brasileira”, completou.
Lula voltou a tratar da taxa básica de juros da economia, a Selic, congelada em 10,50% pelo Comitê de Politica Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Para o presidente, os índices da economia do país não justificam a manutenção da Selic no atual patamar.
Leia mais: Lula anuncia investimentos em Minas: “Voltamos a melhorar a vida das pessoas”
“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juro alto nesse momento, não precisamos. A taxa Selic a 10,50% está exagerada. A inflação está controlada, nós acabamos de aprovar a manutenção da média de 3%, porque a responsabilidade é uma coisa que a gente preza muito”, criticou.
“Inflação baixa, para mim, não é um desejo, é uma obsessão”, concluiu Lula.
Aos entrevistadores da Rádio Princesa, o petista assegurou que o Brasil retomou o rumo do crescimento, dado o desempenho econômico do país desde que assumiu a presidência. Lula criticou os que não conseguem reconhecer os avanços de sua gestão, que completa agora 18 meses, tachando-os de “negacionistas”.
“Se você analisar os números, os negacionistas diziam que o PIB ia crescer 0,8%. Cresceu 3%. E agora vai crescer mais (…) o menor desemprego desde 2014, divulgado ontem pela PNAD: 7,1% de desemprego (…) A massa salarial cresceu 11,7% (…) Esse país encontrou o seu rumo, nós vamos crescer”, rebateu.
Nos últimos dias, as eleições presidenciais nos Estados Unidos (EUA) estiveram no centro do noticiário, por causa da performance de Joe Biden. Tanto a imprensa quanto parte do partido do atual presidente tentam dissuadi-lo de concorrer à reeleição contra o republicano Donald Trump, dada a idade avançada de Biden, 81 anos.
Leia mais: Lula: “Estamos com muita disposição de negociar a dívida dos estados”
Lula entende ser o próprio mandatário a pessoa mais indicada a dizer se tem ou não condições físicas para disputar o cargo e governar por mais quatro anos. O presidente lamentou ainda a forma como Biden foi exposto após o debate.
“É muito difícil a gente dar palpite no processo eleitoral do outro país. É muito difícil, porque depois do processo eleitoral, a gente tem que conviver com quem ganhou as eleições. Então você tem que tomar cuidado para não criar animosidades. Eu, pessoalmente, gosto do Biden. Já encontrei com o Biden várias vezes”, disse.
“Eu acho que o Biden (…) está andando mais lentamente, ele está demorando mais para responder as coisas (…) mas quem sabe da condição do Biden é o Biden.”
PTNacional
Mín. 20° Máx. 31°