O Olympic Broadcasting Services (OBS), órgão responsável pela geração oficial de imagens para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, instruiu os cinegrafistas a gravarem homens e mulheres de forma a evitar “estereótipos e sexismo” nas transmissões. A informação foi confirmada nesse domingo (28) pelo diretor-geral do OBS.
A Olimpíada de Paris é a primeira em 128 anos dos Jogos modernos com paridade de gênero, no que diz respeito ao número de atletas competindo. Criado em 2001 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o OBS fez novas orientações aos cinegrafistas, muitos deles homens.
“Infelizmente, em alguns eventos, elas [as mulheres] estão sendo filmadas de um modo que pode identificar que os estereótipos e o sexismo ainda existem, até mesmo pela forma como alguns operadores de câmera enquadram de forma diferente os atletas homens e mulheres”, afirmou Yiannis Exarchos, diretor-geral do OBS, à imprensa.
Exarchos destacou que o problema está em um “viés inconsciente”, já que operadores de câmeras tendem a mostrar mais as mulheres do que os homens. “As mulheres esportistas não estão lá porque são mais atraentes ou sexys. Elas estão lá porque são atletas de elite”, completou.
Marie Sallois, diretora encarregada da igualdade de gênero no Comitê Olímpico Internacional, destacou que os Jogos de Paris 2024 são “a maior plataforma do mundo para promover a igualdade de gênero dentro e através do esporte”. Como base de comparação, a última vez que Paris recebeu os Jogos, em 1924, apenas 4% dos participantes era mulheres.
Em 2024, foi implementada uma série de medidas para aumentar o destaque aos esportes femininos. Um exemplo citado foi a colocação da maratona feminina como evento de encerramento da Olimpíada. Tradicionalmente, a maratona dos homens era a última atração dos Jogos.
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