Dois militares de alta patente foram exonerados do Ministério da Defesa após denúncias de abuso sexual contra uma funcionária terceirizada. O crime teria ocorrido durante uma viagem oficial a Manaus, entre os dias 15 e 19 de julho deste ano.
As exonerações de Ubiratan Poty, ex-diretor do programa Calha Norte, e Armindo Nunes de Medeiros Júnior, ex-coordenador-geral de engenharia do mesmo programa, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) na segunda-feira (29/7)
General de Divisão, Ubiratan Poty iniciou sua carreira militar em 1978, ao ingressar na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, Rio de Janeiro.
Ao longo de sua trajetória, Poty exerceu diversas funções de destaque, incluindo a de comandante de batalhões de infantaria de selva e o posto de adido militar no Uruguai.
Com vasta experiência em operações na Amazônia, o militar também atuou como chefe do Centro de Inteligência do Exército e da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, além de ter servido na Missão de Verificação de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em Angola.
Poty passou para a reserva em agosto de 2019 e assumiu a direção do Departamento do Programa Calha Norte em setembro do mesmo ano.
Coronel Armindo Nunes de Medeiros Júnior também tem uma carreira militar extensa, iniciada em 1990, assim como Poty, também na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).
Medeiros ocupou diversas posições de comando, incluindo a de comandante de subunidade de fuzileiros de selva e paraquedistas, além de instrutor no Centro de Instrução de Guerra na Selva, em Manaus.
O oficial também teve participação em missões internacionais, como a Missão de Verificação da Paz em Angola (UNAVEM III).
Em sua última função, atuou como assessor militar no Departamento do Programa Calha Norte do Ministério da Defesa.
A denúncia de abuso sexual contra os militares foi feita por uma funcionária terceirizada, que alega ter sido assediada durante um jantar oficial em Manaus, um dia antes da delegação retornar para Brasília.
Segundo relatos, Ubiratan Poty e Armindo Medeiros teriam passado as mãos nas partes íntimas da mulher.
A denúncia foi apresentada à secretaria-geral do Ministério da Defesa no dia 23 de julho, o que levou ao afastamento dos oficiais.
As exonerações de Poty e Medeiros ocorreram por pedido, ou seja, uma manifestação unilateral dos próprios militares para deixar os cargos.
Em resposta às acusações, o Ministério da Defesa afirmou, por meio de nota oficial, repudiar qualquer ato de assédio moral ou sexual e garantiu que uma investigação rigorosa será conduzida para apurar os fatos.
Armindo Medeiros
O ministério também assegurou a preservação dos dados pessoais dos envolvidos, conforme determina a lei.
“Diante do recebimento de denúncia, é imediatamente iniciada uma investigação rigorosa e independente para apurar os fatos, garantindo o sigilo das apurações e a preservação dos dados pessoais dos envolvidos, na forma da lei. Se comprovadas irregularidades, serão aplicadas as sanções cabíveis”.
O Metrópoles tentou contatos com os militares mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para eventuais declarações.
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