Há 50 anos a Itaipu recebia os primeiros trabalhadores para prestar serviços em Foz do Iguaçu (PR), cidade-sede da usina na margem esquerda. Em 23 de setembro de 1974, o auxiliar de serviços gerais Heleodoro José Felix, empregado requisitado da Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras (CAEEB, atualmente extinta), tornou-se um dos pioneiros de uma saga operária que, no auge, chegou a reunir 40 mil trabalhadores no canteiro de obras da maior usina do planeta.
A entidade Itaipu Binacional havia sido criada em 17 de maio daquele mesmo ano, nos termos estabelecidos pelo Anexo A do Tratado de Itaipu – primeiramente, para gerir a obra de construção da usina e, posteriormente, a própria hidrelétrica.
Foi um ano especial. Também em 1974 chegaram as primeiras máquinas ao futuro canteiro de obras. No segundo semestre, foi estruturado o acampamento pioneiro, com as primeiras edificações para escritórios, almoxarifado, refeitório, alojamento e posto de combustíveis. Foi nesse cenário que, aos 46 anos, Heleodoro puxou a fila de trabalhadores na cidade que já começava a se transformar definitivamente para receber o grande empreendimento.
Naquela época a Itaipu ainda não tinha começado a formar o quadro próprio de empregados. Isso só aconteceu a partir de 1º de março de 1985, no contexto do início da operação da usina, com a Resolução da Diretoria Executiva 024/85.
Até então, diversas empresas colaboraram com o fornecimento de mão de obra terceirizada para a construção da hidrelétrica, inclusive em funções administrativas e financeira. Mas a principal contribuição foi na formação do grande contingente de barrageiros que tornaria realidade o projeto de alguns dos mais talentosos engenheiros do planeta na época.
Entre essas empresas, destacaram-se a própria CAEEB, a Itamon Construções Industriais, a Engetest Serviços de Engenharia e principalmente a União de Construtoras Limitada (Unicon) – consórcio de diversas empreiteiras que se associaram para dar conta da empreitada.
O grupo de trabalhadores provenientes dessas empresas ficou internamente conhecido como Mão de Obra Contratada (MOC). Não eram empregados da Itaipu, mas sem eles a usina não teria saído do papel. A partir de março de 1985, no entanto, parte deles gradativamente foi aproveitada também na formação do quadro de empregados da Itaipu, nos mais variados cargos.
Um deles foi Heleodoro – que acabou se tornando o requisitado com o registro mais antigo em Foz, considerando a data de admissão na CAEEB (23 de setembro de 1974), entre os aproveitados para o quadro próprio da Itaipu.
Até 2005 as admissões pela margem esquerda da Itaipu eram feitas por meio de análise curricular e entrevistas. Entre 2000 e 2002 também existiram os Programas de Trainee, pelos quais alguns profissionais acabaram efetivados. A partir de 2005 foram implementados os Processos Seletivos Externos – sistema vigente até os dias atuais.
Historicamente, a margem esquerda da Itaipu já registrou 4.831 empregados. Na ativa atualmente estão 1.314 – sendo 1.049 homens, 265 mulheres, 666 Profissionais de Nível Universitário, 299 Profissionais de Nível Técnico, 266 Profissionais de Nível Suporte e 83 Profissionais de Nível Fundamental.
Considerando também os 1.652 trabalhadores da margem paraguaia, a Itaipu Binacional tem 2.966 empregados(as) do quadro próprio ativos.
Os trabalhadores e trabalhadoras da margem brasileira hoje estão lotados(as) na Central Hidrelétrica Itaipu (CHI, área binacional), Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, no Paraná; e Brasília, no Distrito Federal.
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