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Empoderamento feminino é indispensável para transição energética inclusiva

Assunto foi tema de debate em evento realizado nesta quarta-feira (2) à noite, durante a programação do G20 em Foz do Iguaçu (PR

04/10/2024 às 07h09
Por: Redação Fonte: Assessoria/Itaipu Binacional
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Fotos (todas com crédito de Marcos Labanca/Itaipu Binacional).
Fotos (todas com crédito de Marcos Labanca/Itaipu Binacional).

Equidade no tratamento a homens e mulheres, combate à pobreza energética e transição energética são temas totalmente interligados, apontaram diversas autoridades e especialistas do setor energético mundial nesta noite de quarta-feira, 2, no evento “Mulheres na Transição Energética”. O encontro ocorreu durante a programação da Reunião Ministerial de Energia do G20, que se estende até amanhã (4), em Foz do Iguaçu (PR). 

 

 

“O setor energético é um dos que menos têm participação de mulheres”, afirmou a presidente da iniciativa Energia Sustentável para Todos, da ONU, Damilola Ogunbiyi, conclamando as organizações presentes lutarem por condições e oportunidades iguais para a homens e mulheres, condição imprescondível para uma transição energética justa. “Além disso, as mulheres são as mais impactadas pela pobreza energética (falta de acesso a serviços modernos de energia)”.  

 

 

Nesse contexto, segundo a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o Brasil tem bons exemplos para oferecer, como o programa Luz para Todos, que em 20 anos beneficiou mais de 17 milhões de pessoas, chegando a 3,6 milhões de lares brasileiros que antes não tinham acesso a eletricidade. “As mais beneficiadas foram as mulheres, que passaram a ter uma geladeira, e assim poder guardar e proteger sua comida, por exemplo”, disse a ministra.

 

 

Debate

 

 

O evento contou com um debate mediado pela secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi. Nele, a presidenta e CEO da Women in Renewable Energy (Wire), Joanna Osawe, abordou os desafios da inclusão ao apresentar a iniciativa Equal by 2030 (Igual até 2030, em tradução livre), em que organizações se comprometem para atingir a equidade de gênero até o final desta década. 

 

 

Já a superintendente de Estudos Econômicos e Energéticos da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Carla Achão, detalhou uma importante parceria da EPE com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que integra transição energética com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo é gerar uma base de dados para subsidiar políticas públicas de combate à pobreza energética. “Isso vai permitir identificar quem mais precisa ser atendido”, afirmou, ressaltando que a equipe responsável pelo projeto é majoritariamente feminina. 

 

 

A assessora de Assuntos Internacionais do Ministério de Energia do Chile, Carmen Garcia Ainardi, demonstrou que a situação do setor energético chileno segue uma proporção observada no mundo de maneira geral: apenas 23% de participação feminina (e 9% se consideradas as áreas mais técnicas e operacionais). 

 

 

Na Itaipu não é diferente. A empresa também fica nessa proporção 80/20 entre homens e mulheres. Para mudar esse quadro, a Binacional investe em capacitação e inclusão das mulheres nas comunidades que se relacionam com a usina. “Alguns dos focos da atuação social são trabalhar com organizações sociais preferencialmente lideradas por mulheres, o atendimento a mulheres em situação de violência e letramento do público interno”, destacou a coordenadora do Comitê de Gênero, Raça, Diversidade e Inclusão da Itaipu, Jéssica Maris Maciel.

 

 

A assessora especial do Ministério de Minas e Energia, Mariana Espécie, concluiu o debate ressaltando que um importante legado que fica da realização do G20 no Brasil está na redação dos princípios norteadores da transição energética, sendo que um deles estabelece que esta precisa incorporar o equilíbrio de gênero e o empoderamento de pessoas em condições de vulnerabilidade. “É uma semente que o Brasil deixa para as 20 maiores economias do planeta, e para que outros países e organizações avancem em uma agenda multilateral de soluções conjuntas para uma transição energética justa e inclusiva”, resumiu.

 

 

Esforços conjuntos

 

 

A abertura do encontrou também contou com a participação da ministra substituta da Secretaria-geral da Presidência da República, Kelli Mafort; dos ministros Alexandre Silveira (MME) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome); e do secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores (MRE), André Corrêa do Lago, que destacaram os esforços conjuntos de diferentes áreas do Governo Federal para uma transição inclusiva. 

 

 

Essa também foi a tônica das falas do diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri; da presidenta da Petrobras, Magda Chambriard: e da presidenta da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro. “Tenho certeza que veremos, muito em breve, um aumento da participação das mulheres em cargos e em empresas como a Itaipu. E principalmente, a retirada das mulheres da situação de pobreza energética e marginalização que vivem hoje”, concluiu Verri.

 

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