O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na última terça-feira (5) um financiamento de R$ 240 milhões para a Biolab Sanus Farmacêutica, por meio do programa BNDES Mais Inovação. Os recursos vão impulsionar a pesquisa de novos medicamentos e tecnologias, com foco na melhoria do tratamento de doenças como diabetes e hipertensão, além da criação de genéricos, com preços, no mínimo, 35% menores que os de referência.
O investimento faz parte da iniciativa do BNDES de fortalecimento do complexo industrial de saúde brasileiro, estratégico para o desenvolvimento do país. Somente no primeiro semestre de 2024, o banco aprovou mais de R$ 2 bilhões em créditos para o setor, valor recorde desde o início da série histórica, em 1995.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio ao setor farmacêutico não é apenas uma questão econômica, mas também social. “Após anos de negacionismo no país, o governo do presidente Lula retoma o apoio ao desenvolvimento de novos fármacos para ampliar o acesso da população à saúde, oferecendo alternativas de tratamento mais eficientes e mais baratas”, afirmou.
O financiamento permitirá à Biolab pesquisar moléculas e terapias inovadoras, incluindo um revolucionário tratamento da disfunção erétil, sintetizado a partir de uma substância encontrada no veneno da aranha armadeira. Os primeiros testes indicam que o medicamento é seguro e eficaz, abrindo novas possibilidades para um problema que afeta milhões de homens ao redor do mundo.
A Biolab também focará na melhoria de remédios já existentes, como anti-hipertensivos, anestésicos e moléculas para doenças como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e Alzheimer. O foco é aumentar a eficiência, a segurança e a facilidade de uso desses fármacos, garantindo mais qualidade de vida aos pacientes e maior adesão ao tratamento.
A redução dos preços dos medicamentos genéricos é um dos pilares do investimento do BNDES e da estratégia da Biolab, empresa 100% nacional, fundada em 1997. Os remédios em desenvolvimento deverão custar no mínimo 35% a menos que os preços de referência, ajudando a ampliar o alcance da população a tratamentos essenciais e a reduzir desigualdades no acesso à saúde.
Segundo Cleiton de Castro Marques, sócio e membro do conselho administrativo da Biolab, a iniciativa consolida a empresa como um ator importante na inovação farmacêutica e mostra “o alto valor tecnológico que a indústria brasileira é capaz de oferecer, contribuindo para aumentar nossa auto suficiência e competitividade no cenário mundial”. Vale ressaltar que a farmacêutica já criou, em parceria com a USP, o medicamento Vonau Flash, para o tratamento de náuseas. Segundo a universidade, é a patente mais lucrativa de sua história.
O investimento do BNDES na Biolab e em outras grandes farmacêuticas nacionais, como EMS, Eurofarma e Aché, alinha-se à estratégia do banco de fortalecer o complexo industrial de saúde no Brasil.
O país, que possui longa tradição no setor de medicamentos, agora aposta como nunca antes no fomento à pesquisa para a criação de novos fármacos, reduzindo a dependência de produtos estrangeiros e desenvolvendo tratamentos mais acessíveis à população, especialmente os mais necessitados. O apoio do BNDES é, sem dúvida, um passo decisivo na construção dessa nova realidade.
Da Redação
Mín. 20° Máx. 31°