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Presidente Lula lança Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza com 148 adesões, incluindo 82 países

Iniciativa proposta pelo Brasil na presidência do G20 tem como meta erradicar a fome no mundo até 2030

18/11/2024 às 13h26
Por: Redação Fonte: Secom
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O presidente Lula durante o lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na Cúpula do G20. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O presidente Lula durante o lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na Cúpula do G20. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Osímbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza. Convivemos com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. É como se as populações de Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome. Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível”.

A fome é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. O G20 representa 85% dos 110 trilhões de dólares do PIB mundial. Responde por 75% dos 32 trilhões de dólares do comércio de bens e serviços e dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

As palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 18 de novembro, no Rio de Janeiro, a presidentes e líderes de 40 nações, entre países-membros do G20 e nações convidadas à Cúpula dos Chefes de Estado, deixam claras a premência e a importância de o mundo se unir em torno da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa, proposta pelo Brasil, foi lançada oficialmente nesta segunda-feira, 18 de novembro, na abertura do evento.

» Íntegra do discurso do presidente Lula

A Aliança nasce com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não-governamentais. Inovadora,  pretende acelerar esforços globais para erradicar a fome e a pobreza. Entre os anúncios e compromissos estão o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030.

Além disso, a Aliança visa expandir as refeições escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil e fome endêmicas e, ao mesmo tempo, arrecadar bilhões em crédito e doações por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento para implementar esses e outros programas.

“A fome é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. O G20 representa 85% dos 110 trilhões de dólares do PIB mundial. Também responde por 75% dos 32 trilhões de dólares do comércio de bens e serviços e dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, conclamou Lula em seu discurso na abertura da Cúpula do G20.

“Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”, completou o presidente brasileiro.

ANO META: 2030 – O objetivo da Aliança é erradicar, até 2030, a fome e a pobreza, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais revitalizadas para o desenvolvimento sustentável. “A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável. Com a Aliança, vamos articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento. O Brasil sabe que é possível”, ressaltou Lula, que ressaltou que a Aliança nasce no G20, mas com destino é global. 

EXEMPLO BRASILEIRO - Políticas públicas aplicadas no Brasil, como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos e a Merenda Escolar, são algumas das iniciativas consideradas de referência para o combate à fome e que serão inspiração na Aliança. "Com a participação ativa da sociedade civil, concebemos e implementamos programas de inclusão social, de fomento da agricultura familiar e da segurança alimentar e nutricional, como o Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social. Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24, 5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome”, citou o presidente.

MISSÃO E GOVERNANÇA – Para atingir os objetivos, a Aliança prioriza transições inclusivas e justas e opera por meio de três pilares: nacional, financeiro e de conhecimento, projetados para mobilizar e coordenar recursos para políticas baseadas em evidências adaptadas às realidades de cada país membro.

SUPERVISÃO - A Aliança realizará Cúpulas Regulares Contra a Fome e a Pobreza e estabelecerá um Conselho de Campeões de Alto Nível para supervisionar os trabalhos. Órgão técnico enxuto e eficiente, o Mecanismo de Apoio da Aliança Global será sediado na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), mas funcionará de forma independente para fornecer suporte estratégico e operacional, incluindo a promoção de parcerias em nível nacional para implementar iniciativas de combate à fome e à pobreza. O Brasil se comprometeu a financiar metade dos custos do Mecanismo de Apoio até 2030, com contribuições adicionais de países como Bangladesh, Alemanha, Noruega, Portugal e Espanha.

SPRINTS – Antes do lançamento formal nesta segunda-feira (18.11), a Aliança Global demonstrou o sucesso de sua abordagem ao motivar e impulsionar ações e compromissos antecipados de grande parte de seus membros em seis áreas prioritárias de sua agenda política, que foram anunciados em um evento especial, durante a Cúpula Social do G20, em 15 de novembro.  Esses anúncios, intitulados "Sprints 2030", representam a maior tentativa coletiva de mudar o rumo e finalmente erradicar a fome e a pobreza extrema por meio de políticas e programas em grande escala e baseados em evidências para elevar as populações mais pobres e vulneráveis do mundo.

PLATAFORMA GLOBAL – Embora o G20 tenha sido a plataforma de lançamento para essa iniciativa, a Aliança agora funcionará como plataforma global independente, com o apoio contínuo e o impulso possível de futuras presidências do G20. A estrutura completa de governança, incluindo o Conselho de Campeões e o Mecanismo de Apoio, deverá estar operacional até meados de 2025. Até lá, o Brasil fornecerá suporte temporário para funções essenciais, como comunicação e aprovação de novos integrantes. 

Membros fundadores da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Países Membros e Entidades Regionais:

  1. Alemanha
  2. Angola
  3. Antígua e Barbuda
  4. África do Sul
  5. Arábia Saudita
  6. Argentina
  7. Armênia
  8. Austrália
  9. Bangladesh
  10. Benin
  11. Bolívia
  12. Brasil
  13. Burkina Faso
  14. Burundi
  15. Camboja
  16. Chade 
  17. Canadá 
  18. Chile 
  19. China 
  20. Chipre
  21. Colômbia
  22. Dinamarca
  23. Egito 
  24. Emirados Árabes Unidos 
  25. Eslováquia 
  26. Estados Unidos
  27. Espanha 
  28. Etiópia 
  29. Federação Russa
  30. Filipinas
  31. Finlândia 
  32. França
  33. Guatemala
  34. Guiné  
  35. Guiné-Bissau
  36. Guiné Equatorial
  37. Haiti
  38. Honduras
  39. Índia  
  40. Indonésia 
  41. Irlanda 
  42. Itália
  43. Japão
  44. Jordânia
  45. Líbano 
  46. Libéria 
  47. Malta 
  48. Malásia
  49. Mauritânia
  50. México 
  51. Moçambique 
  52. Myanmar
  53. Nigéria 
  54. Noruega 
  55. Países Baixos 
  56. Palestina 
  57. Paraguai 
  58. Peru 
  59. Polônia 
  60. Portugal 
  61. Quênia 
  62. Reino Unido 
  63. República da Coreia 
  64. República Dominicana 
  65. Ruanda 
  66. São Tomé e Príncipe
  67. São Vicente e Granadinas  
  68. Serra Leoa 
  69. Singapura
  70. Somália
  71. Sudão
  72. Suíça
  73. Tadjiquistão
  74. Tanzânia 
  75. Timor-Leste 
  76. Togo 
  77. Tunísia 
  78. Turquia
  79. Ucrânia
  80. Uruguai 
  81. Vietnã
  82. Zâmbia
  83. União Africana
  84. União Europeia


Organizações Internacionais
 
 

  1. Agência de Desenvolvimento da União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD)
  2. CGIAR
  3. Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)
  4. Comissão Econômica e Social para Ásia Ocidental (CESAO)
  5. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
  6. Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
  7. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
  8. Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA)
  9. Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD)
  10. Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
  11. Liga dos Estados Árabes (LEA)
  12. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
  13. Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO)
  14. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
  15. Organização dos Estados Americanos (OEA)
  16. Organização Internacional do Trabalho (OIT)
  17. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
  18. Organização Mundial do Comércio (OMC)
  19. Organizacão Mundial da Saúde (OMS)
  20. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
  21. Programa Mundial de Alimentos (WFP)
  22. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
  23. Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)
  24. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

 
Instituições Financeiras Internacionais:

1. Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB)

2. Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB)

3. Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF)

4. Banco Europeu de Investimento (BEI)

5. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

6. Grupo Banco Mundial 

7. Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB)

8. Novo Banco de Desenvolvimento (NBD)

9. Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar (GAFSP)
 

Fundações Filantrópicas e Organizações Não Governamentais: 

1. Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL) 

2. Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) 

3. Fundação Bill & Melinda Gates 

4. BRAC 

5. Children's Investment Fund Foundation 

6. Child's Cultural Rights & Advocacy Trust Agency

7. Citizen Action   

8. Education Cannot Wait

9. Food for Education   

10. Instituto Comida do Amanhã 

11. Fundação Getúlio Vargas (FGV) 

12. GiveDirectly 

13. Global Partnership for Education

14. Instituto Ibirapitanga 

15. Instituto Clima e Sociedade (iCS) 

16. Câmara de Comércio Internacional 

17. Leadership Collaborative to End Ultrapoverty

18. Maple Leaf Early Years Foundation 

19. Fundação Maria Cecília Souto Vidigal 

20. Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI) 

21. Pacto Contra a Fome 

22. Fundação Rockefeller 

23. Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI) 

24. SUN Movement  

25. Sustainable Financing Initiative

26. Their World 

27. Trickle Up 

28. Village Enterprise 

29. World Rural Forum   

30. World Vision International   

31. Instituto Fome  Zero

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