Os Núcleos de Cooperação Socioambiental, criados no âmbito do Programa Governança Participativa para a Sustentabilidade, e geridos pela Itaipu Binacional e pelo Itaipu Parquetec, vêm consolidando sua atuação nos territórios ao longo de 2024 e 2025, com o envolvimento expressivo de diversos setores da sociedade civil, poder público, universidades e organizações sociais.
No segundo semestre, os 21 Núcleos vão realizar o terceiro encontro presencial do ano, com foco na consolidação da gestão dos projetos. Durante a programação, os integrantes participarão de um workshop voltado ao monitoramento e avaliação das ações em andamento. Paralelamente, mais de 600 jovens estarão envolvidos em uma oficina de educomunicação, com formação voltada à produção midiática e ao protagonismo juvenil nos territórios.
“Desde o início, concebemos os Núcleos como muito mais do que simples encontros. Trata-se de uma iniciativa viva, moldada pela realidade de cada território e impulsionada pelo engajamento dos participantes. Por isso, investimos em formações, cursos e outras ações que fortalecem esse processo coletivo e ampliam o alcance das transformações que queremos promover”, destaca Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.
Gestão de ações em grupos de trabalho
Os Núcleos estão presentes em todas as regiões de abrangência do projeto, compostas por 434 municípios do Paraná e do Sul do Mato Grosso do Sul, com destaque para a formação de Grupos de Trabalho (GTs) temáticos e de gestão, realização de encontros presenciais e virtuais, elaboração de diagnósticos e engajamento de novos atores locais.
No Sudeste do Mato Grosso do Sul, o GT vem se destacando pela articulação de 18 municípios e pela mobilização de instituições com diferentes perfis.
“Estamos em um momento importante de construção e mobilização. O Núcleo está sendo estruturado com muito diálogo, articulação e escuta dos diferentes municípios e instituições do território. Sabemos que esse processo exige tempo e confiança, por isso temos investido em apresentar de forma clara o propósito do núcleo, seus eixos de atuação e os benefícios de uma ação articulada”, destaca Jane Corrêa, integrante dos GTs Governança e EcoValor.
Participação de atores sociais
Com um importante papel técnico e contribuindo com o conhecimento acadêmico, as universidades públicas e institutos federais têm se mostrado grandes aliadas da iniciativa, assumindo responsabilidades na construção de diagnósticos locais, como acontece nos Núcleos da região Noroeste do Paraná, e disponibilizando infraestrutura para os encontros. Em muitos territórios, exercem papel de liderança na estruturação dos GTs.
Um dos exemplos está em Campo Mourão, com o GT Alternativas Econômicas, coordenado pelo professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Sérgio Luiz Maybuk. A partir da academia, foi possível contribuir com diagnósticos socioeconômicos para direcionar melhor ações e recursos.
“Se a Universidade não contribuir para mudar para melhor a realidade das pessoas, perde o seu sentido maior. De que vale a ciência apenas contida nos trabalhos de conclusão de curso, demais trabalhos acadêmicos e artigos científicos se ficarem apenas no papel, com pouco acesso na sociedade? Penso que o caminho é trilhar projetos iguais a esse dos Núcleos”, pontua Maybuk.
Consideradas uma base para manter a estrutura dos Núcleos, as organizações da sociedade civil estão inseridas desde o início do projeto, mobilizando localmente e participando ativamente dos debates e construções coletivas. Na região Oeste, por exemplo, quase 60% do Núcleo é composto por ONGs, associações e movimentos locais.
As prefeituras têm exercido um papel estratégico nos Núcleos de Cooperação Socioambiental, atuando como articuladoras locais e facilitadoras do processo de engajamento. Em alguns territórios, como no Sudeste do Mato Grosso do Sul, mais de 80% dos municípios já aderiram formalmente aos Núcleos.
Avanços concretos e organização estruturada
Os Núcleos do Norte do Paraná — Vale do Ivaí, Norte Pioneiro, Norte Pioneiro I e Norte do Paraná — atuam em temas como resíduos sólidos, desmatamento, geração de renda e combate à desigualdade. Juntos, reúnem 92 municípios e quase 2 milhões de habitantes, incluindo Londrina.
Entre as ações em andamento estão o mapeamento da produção agrícola e resíduos, a criação de selo de origem regional, propostas de educação ambiental nas escolas e campanhas de conscientização sobre racismo e capacitismo. Os GTs também articulam estratégias para valorizar a economia local e aproximar trabalhadores de oportunidades de emprego.
Sobre os Núcleos
Os 21 Núcleos de Cooperação Socioambiental foram constituídos em 2024, a partir do programa Itaipu Mais que Energia, iniciativa alinhada às diretrizes do Governo Federal para o meio ambiente e a transformação social. A estratégia, coordenada pela parceria da Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, abrange os 399 municípios do Paraná e 35 do sul do Mato Grosso do Sul, área de atuação prioritária da usina.
Eles constituem um espaço de escuta ativa, formação e educação, baseados na metodologia da governança participativa. A ideia é que as instituições parceiras se mobilizem coletivamente para melhorar a qualidade de vida e promover um futuro sustentável para as comunidades
Jane Corrêa integra um dos GTs no Sudeste do Mato Grosso do Sul e articula estratégias para 18 municípios. Foto: Welyton Manoel/Itaipu Parquetec
Os Núcleos voltam a se reunir entre agosto e setembro e irão participar de formações e oficinas.