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Biotecnologia e edição gênica projetam futuro da agricultura global

Especialistas destacam avanços, desafios regulatórios e a importância da cooperação internacional para garantir inovação e segurança alimentar

Por: Redação Fonte: SILVANA CANAL MKT
03/10/2025 às 12h55
Biotecnologia e edição gênica projetam futuro da agricultura global
SILVANA CANAL MKT


 

 
Na rodada de palestras sobre Inovação em Melhoramento de Plantas e Edição Gênica,
Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, destacou como a biotecnologia
vem transformando a agricultura e o setor de sementes. Ele lembrou que a Lei de
Biossegurança do Brasil é considerada uma das mais completas do mundo, pois estabelece
critérios claros para pesquisa, produção e comercialização de organismos geneticamente
modificados. Além de criar a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança),
responsável pela análise de riscos ambientais e à saúde, a lei conseguiu equilibrar
segurança e inovação, servindo de referência internacional: “acredito que muitos países
tenham olhado para a lei por ser completa”, ressaltou Nepomuceno. O congresso foi
organizado pela Seed Association of the Americas (SAA) em parceria com a Associação
Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM),
 
Ao abordar os avanços já consolidados, ele citou o papel dos transgênicos na viabilização
do plantio direto no Brasil e na Argentina, prática que reduziu a erosão e aumentou a
sustentabilidade, bem como a queda considerável no uso de inseticidas nos últimos dez
anos. Diferenciou ainda os transgênicos dos organismos com genoma editado, destacando
que novas tecnologias, como a edição de genes por ferramentas como CRISPR (tecnologia
de edição genética), abriram caminho para soluções mais precisas e diversificadas. Entre
os exemplos citados estão variedades de milho ceroso, soja, tomate, tilápia e até bovinos
nelores com genoma editado. No cenário internacional, destacou casos como bananas nas
Filipinas, soja nos Estados Unidos e trigo no Chile.
 
Para o pesquisador, essas inovações apontam para uma nova etapa da biotecnologia
agrícola: “estamos vendo uma diversificação de características, de qualidade nutricional, e
o florescimento de startups, trazendo novas soluções e oportunidades para o mercado”.
Entre os projetos em desenvolvimento, ele mencionou alimentos de consumo direto com
benefícios ao consumidor, como “abacate que escurece mais devagar, tomate com mais
vitamina B e amora sem sementes”, exemplificando o potencial transformador da edição
gênica.
 
Comércio global sob pressão
 
Na palestra “A visão de um elo fundamental na cadeia de valor: os grãos”, Alejandra
Castillo, presidente da Associação Norte-Americana de Exportação de Grãos, destacou os
desafios atuais do comércio agrícola internacional. Segundo ela, “os novos regimes de
salário e políticas intervencionistas estão criando barreiras e incertezas; a consequência
são riscos e a necessidade de novas negociações comerciais”. Castillo defendeu que “a

melhor maneira de evitar disputas e rupturas é a partir de um processo regulatório
harmônico e inclusivo, em que os governos deveriam unir-se, e nossas empresas
participarem de congressos e eventos relevantes para que esses temas sejam discutidos”.
 
Ela também chamou atenção para o papel da comunicação e da educação no setor: “a
indústria sementeira e a indústria tecnológica devem atuar juntas na educação para
explicar sobre as sementes modificadas, porque nos últimos anos estamos retrocedendo
na ciência. Estamos tendo que explicar que alimentos que estão há décadas no mercado
são seguros para os seres humanos e para os animais”.
 
Avanços e desafios regionais
 
Em sua apresentação, Miguel Angel Sánchez, diretor executivo da ChileBIO, fez um
panorama do setor, citando exemplos de alimentos como a amora para ilustrar a
diversidade do melhoramento vegetal. “A edição gênica é uma realidade na agricultura e
avança a passos gigantescos atualmente”, disse, mas ressaltou que é preciso aprimorar os
procedimentos regulatórios regionais e trabalhar na percepção pública, já que a aceitação
social das novas tecnologias é determinante para seu sucesso no mercado.
 
Na palestra “Editando o Futuro”, Jorge Venegas, Diretor de Operações de Frutas
Vermelhas da América Latina (Pairwise Plants/EUA), destacou que o mercado de edição
gênica já movimenta cerca de 600 milhões de dólares e que a tecnologia se consolida
como uma ferramenta estratégica. “Nem toda parceria é exitosa se não tiver foco e
objetivos claros, alinhando as expectativas entre o setor público e o privado”, afirmou,
reforçando que universidades, centros de inovação e empresas estão investindo
fortemente para levar benefícios também a pequenos agricultores.
 
Na sequência, Dália Lewi, pesquisadora chefe do Instituto Nacional de Tecnologia
Agropecuária da Argentina, lembrou que os avanços recentes só foram possíveis “graças a
todos os anos de investimento em tecnologia e evolução científica”. Citou pesquisas com
trigo, batata, tomate, alface, cevada e arroz, reforçando que políticas públicas e
colaboração com a iniciativa privada são fundamentais para transformar descobertas em
soluções efetivas para a agricultura.
 
Regulação e fitossanidade
 
No painel “Panorama regulatório de edição gênica”, especialistas como Cecília Roca
(Corteva), Miguel Vega-Sánchez (Bayer) e representantes de entidades internacionais
debateram os desafios da harmonização regulatória global. Já no painel de fitossanidade,
autoridades do Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador e Estados Unidos
compartilharam experiências de certificação e estratégias para garantir a movimentação
segura de sementes.
 

No painel final, “Sementes na encruzilhada”, moderado por Daniel Bayce (INASE, Uruguai),
palestrantes conectaram o papel das sementes às negociações climáticas e tratados
internacionais. Lorelei Garagancea (Federação Internacional de Sementes-ISF) alertou que
“não há tempo a perder” e Richard Winn, presidente da SAA, enfatizou a necessidade de
coesão internacional e planejamento estratégico para enfrentar os desafios climáticos e
regulatórios.
​Representatividade continental
 
​Representantes de associações de sementes de países como Brasil, Argentina, China,
Estados Unidos, Canadá, Chile, México, Peru, Paraguai, Uruguai, Colômbia e Equador,
Índia, França, Suíça, Namíbia, Países Baixos, Eslováquia e Bélgica. Essa diversidade reforça
a posição do congresso como o principal fórum de integração e inovação agrícola das
Américas.
 
 
Análise e perspectivas
 
O encontro revelou que a edição gênica e a biotecnologia já não pertencem ao futuro,
mas ao presente da agricultura. Se de um lado os exemplos apresentados mostram
ganhos em produtividade, sustentabilidade e saúde, de outro, a regulação fragmentada e
a resistência social ainda são obstáculos a superar. A mensagem central das palestras foi
clara: ciência, inovação e cooperação internacional precisam caminhar juntas. A
agricultura que se desenha é mais tecnológica, integrada e resiliente — mas seu sucesso
dependerá da capacidade de construir confiança entre governos, empresas, produtores e
consumidores.

 


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