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Nova mandioca BRS Jacundá promete triplicar produtividade no Amazonas

Com características agronômicas superiores, a BRS Jacundá ainda possui polpa amarela, ideal para a produção de farinha de mesa

Por: Redação Fonte: Embrapa
07/10/2025 às 09h55
Nova mandioca BRS Jacundá promete triplicar produtividade no Amazonas
Foto: Sara Rangel
  • A Embrapa lança em outubro a BRS Jacundá, nova mandioca para o Amazonas.
  • Cultivar tem produtividade três vezes maior que a média estadual.
  • Polpa amarela atende hábitos locais e favorece a produção de farinha.
  • A pesquisa começou em 1997 com coleta de germoplasma no interior do Amazonas.
  • A variedade reforça a segurança alimentar e a renda dos agricultores.

 

A partir do próximo dia 9 de outubro, os agricultores do Amazonas terão acesso a uma nova variedade de mandioca desenvolvida para as condições de solo e clima da região. Trata-se da BRS Jacundá, cultivar criada pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM), que promove a produção ao oferecer produtividade mais de 300% superior à média estadual, além de resistência a pragas e doenças e características que atendem ao gosto tradicional da população local. Com características agronômicas superiores, a BRS Jacundá ainda possui polpa amarela, ideal para a produção de farinha de mesa.

Lançamento em 9 de outubro durante dia de campo

A nova cultivar será apresentada ao setor produtivo durante um dia de campo, que será realizado na sede da Embrapa, em Manaus. O evento contará com a presença de produtores rurais, técnicos de extensão rural, produtores de maniva-semente, representantes da agroindústria e parceiros institucionais. Na ocasião, serão divulgados dados compilados a partir de experiências de produtores que já testaram a mandioca em seus plantios.

Segundo o pesquisador da Embrapa Ferdinando Barreto , uma nova cultivar é adaptada ao ambiente de terra firme e tem potencial para fortalecer a cadeia produtiva da mandioca, especialmente em regiões como o Médio Solimões, onde a cultura é baseada na economia agrícola.

A cultivar apresenta produtividade de raízes superior a 30 mil quilos por hectare (kg/ha) se comparada à média estadual atual de 10.560 kg/ha, ou seja, é praticamente 300% mais produtiva.

Segundo Barreto, com um manejo adequado, as características qualitativas de raiz e a sua tolerância às principais legislações e doenças tendem a favorecer a adoção da nova cultivar, especialmente em regiões de terra firme. “Com isso, ela deve contribuir para a segurança alimentar e para o fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca no estado do Amazonas”, acredita o pesquisador.

Foto:  Maria José Tupinambá

A importância da mandioca para o Amazonas

No Amazonas a mandioca, consumida in natura ou na forma de farinha, tem sido fundamental no fornecimento de carboidratos, principalmente para a população rural de menor renda, contribuindo para a segurança alimentar, a geração de trabalho e renda pela venda do produto ou de seus derivados. Por isso, a cultura possui papel estratégico na vida de milhares de agricultores.

Pesquisas de melhoramento genético de mandioca, desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), têm por objetivo identificar materiais genéticos com características agronômicas superiores em comparação às tradicionais em uso pelos produtores do estado.

Cor amarela é preferida para fazer farinha

No Amazonas é hábito consumir farinha de mandioca brava de polpa de coloração amarela. A condição de polpa amarela da BRS Jacundá foi um dos critérios definidos por agricultores para adoção da mandioca, principalmente no processamento da farinha e do tucupi.

Os pesquisadores acreditam que a polpa amarela aliada a outras vantagens como a alta produtividade de raízes, alta disponibilidade de manivas-sementes, alto teor de amido, e tolerância às principais consequências e doenças devem favorecer a ampla adoção da nova cultivar no estado.

A recomendação da BRS Jacundá para o Amazonas também está relacionada ao seu potencial de processamento de farinha. Espera-se que ela seja plantada principalmente em áreas representativas no cultivo de mandioca, como a microrregião do Médio Solimões, de abrangência dos municípios de Tefé, Uarini e Alvarães.

Na microrregião do Médio Solimões, o cultivo da mandioca é a principal atividade agrícola e econômica, atualmente concentrando seus plantios em praticamente uma única variedade: “Catombo”. Tendo como premissa que os cultivos estão permanentemente expostos a estresses bióticos (pragas e doenças) e abióticos (calor, seca, chuvas...), essa situação pressupõe que variedades de mandioca estão em processo de erosão genética, que é uma perda gradual da diversidade de genes de uma espécie.

Foto:  Sara Rangel

 

Como foi desenvolvido a nova mandioca

A BRS Jacundá é resultado de mais de duas décadas de pesquisa e melhoramento genético, iniciadas com a coleta de germoplasma no município de Uarini em 1997. então desde então, passou por testes rigorosos de rendimento, resistência e estabilidade.

Os bancos ativos de germoplasma de mandioca, associados a programas de melhoramento da cultura, contêm material genético que está sob avaliação constante, e que são usados ​​como base para o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas às condições ambientais locais específicas.

A BRS Jacundá é resultado de expedição de coleta de germoplasma realizada no município de Uarini. Esse material genético foi incorporado em 1997 ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Mandioca da Embrapa Amazônia Ocidental. De acordo com os agricultores da época, o material genético era de ciclo precoce e foi selecionado em ambiente de terra firme.

Os pesquisadores, então, aplicaram o método de seleção massal no melhoramento da cultivar. Nele, as plantas em campo passaram a ser desenhadas e avaliadas no BAG da Embrapa, em Manaus (AM), utilizando descritores padronizados para manejo de recursos genéticos da mandioca.

As pesquisas em campo foram iniciadas em 1998 e repetidas por vários ciclos de produção. Nos anos subsequentes, a BRS Jacundá participou de diversas avaliações em provas de rendimento agronômico e testes específicos de resistência a políticas e doenças. Também foram submetidos testes de distinção, homogeneidade e estabilidade (DHE), em ambiente de terra firme de diferentes regiões do estado do Amazonas.

Foto:  Maria José Tupinambá

 

Como plantar

Espaçamentos de liberdade e regulamentação de plantas ideais são práticas culturais de baixo custo e de fácil adoção pelos agricultores. Em sistemas de plantio solteiro em terra firme, deve-se adotar o espaçamento de 1 m x 1 m, para uma densidade de 10 mil plantas por hectare, situação que também deve ser aplicada em plantios mecanizados. Independentemente do sistema de cultivo cultivado, recomenda-se evitar plantios sucessivos em uma mesma área, devido ao aumento de podridões de raízes.

 A cultura da mandioca tem crescido inicialmente lentamente. Quando consorciada, a cultura consorte deve ter crescimento rápido, protegendo o solo, enquanto a mandioca desenvolve sua copa.

Recomendação de rotação com gramíneas e leguminosas

A produção em sistema de monocultivo, por mais de dois anos na mesma área, provoca manipulação física, química e biológica do solo, proporcionando a produtividade da cultura. Na rotação, são usadas outras espécies de plantas na área antes ocupada pela mandioca, evitando a incorporação de novas áreas ao processo produtivo. As espécies recomendadas para uso na rotação são as gramíneas de milho e sorgo; e como leguminosas: feijão-caupi, mucuna, tephrosia e flemingia.

O plantio da BRS Jacundá deverá ocorrer no início do período chuvoso (novembro e dezembro). Caso necessário, ele pode ser prolongado por outros meses, exceto aqueles de menor ocorrência pluviométrica.

Já o período ideal de colheita da BRS Jacundá varia de oito a dez meses após o plantio. Se necessário, pode ser estendido até 12 meses.

Foto: Maria José Tupinambá

 

 
 

Maria José Tupinambá (MTb 114/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental

Consultas de imprensa

Número de telefone: (92) 3303-7898

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