Foi inaugurada nesta terça-feira (21/11), a exposição “Feminicídio: um crime contra a equidade”, com imagens de mulheres vítimas de seus parceiros, em crimes que ganharam notoriedade nacional. A mostra faz parte da “Mulheres Sem Dor”, campanha da Fiesp que integra a iniciativa internacional de 21 dias de ativismo, iniciada em 1991 por ativistas do Centro para Liderança Global das Mulheres.
A abertura da exposição foi marcada por uma roda de conversa com algumas vítimas de violência contra a mulher e com os alunos do Senai-SP. Estudantes da unidade da Mooca foram responsáveis pela restauração dos painéis que integram a exposição.
A roda de conversa contou com vítimas de violência e com jovens alunos do Senai-SP. Fotos: Karim Kahn/Fiesp
Para Marta Livia Suplicy, presidente do Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp, combater a violência contra a mulher é uma responsabilidade coletiva. A participação dos jovens na abertura da exposição e na roda de conversa foi, segundo Marta, uma forma de inserir os alunos em um debate importante e urgente.
“Essas imagens são muito mais do que fotos, elas são emblemáticas na questão do formato dos crimes e no que eles representaram para o coletivo. E, para eles, que estão em uma escola técnica, que estão no caminho da escola industrial, foi importante participar dessa inauguração, para a conscientização. Importante que eles saibam que, a parte técnica da indústria gráfica, que é o que eles estão estudando, consegue traduzir dores, consegue passar ideias, consegue transformar consciências”, contou Marta.
A exposição será ainda um alerta que pode ajudar a salvar algumas vidas. “Muitas mulheres que passarem pela mostra vão ver crimes emblemáticos que, talvez, tenham começado da mesma forma que ela hoje está sofrendo: com alguém mandando baixar a saia, com tapinha, cortando a voz dessa mulher. E esse é o caminho para o feminicídio. Infelizmente a violência tem uma trajetória”, concluiu Marta.
Alunos da unidade Mooca do Senai-SP auxiliaram na recuperação dos paineis que integram a mostra, uma forma de trazer o tema da violência contra a mulher para o debate com os jovens
Hoje, no Brasil. Por conta da violência doméstica, mulheres faltam, em média, 18 dias de trabalho por ano, resultando em uma perda anual de cerca de R$ 1 bilhão para o país. Essas mulheres enfrentam, também, problemas de concentração e estresse relacionados ao trabalho, como aponta a Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em colaboração com o Instituto Maria da Penha.
A advogada e escritora Luiza Eluf também participou do encontro. A exposição ficará em exibição até 23 de novembro, das 11h, às 20h, na calçada do Prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, 1313, em frente à estação de metrô Trianon-Masp. A visitação é gratuita.