Se a gente pudesse aliviar a dor do outro de alguma maneira. Como a gente faria? Como a gente poderia? De alguma forma ou de outra, cada um carrega alguma dor, inquietação ou preocupação. Alguns por muito mais tempo do que outros.
Alguns com muito mais intensidade e com mais transtornos. Para alguns são só momentos, para outros anos intermináveis. Todos temos um ponto fraco, delicado e sensível. Um lugar que dói, emudece e incomoda. Ora vem e outra vai ou algumas vezes fica mais.
Como podemos chegar e aliviar o espinho na carne do outro. Espinho invisível e andante, que não sabemos como está e nem onde anda, porque sempre está a se movimentar. Pessoas se doem constantemente, por nossa culpa outras sem a gente querer. Tarefa difícil e delicada, essa de olhar e conhecer a si mesmo e ao outro com quem convivemos.
Conseguir administrar a vida de tal forma, que as alegrias despertem e as dores desapareçam. Onde as alegrias e os prazeres sejam mais intensos. Que a gente alcance tal sabedoria a transcender as dores, até serem esquecidas e superadas.
Quando chego até o outro, posso aumentar a pressão e afundar ainda mais o espinho na sua ferida, que já está insuportável de administrar. Que Deus nos dê a sabedoria e a sensibilidade de nos relacionar, de forma a sermos paz, colo e abrigo.
Que efeito causamos ao nosso próximo? Talvez ajudamos muito mais, mantendo um certa distância, poupando o outro de precisar provar alguma coisa. Talvez ficar no silêncio e oferecer simplesmente a nossa companhia e presença.
Como posso elevar o outro a um estado melhor de qualidade de vida?
Posso ser carga. Posso ser música. Posso ser milagre. Posso ser medo.
Tem pessoas que a gente quer perto e outras, muito longe. Conforme como as fazemos se sentir. E como elas nos fazem sentir. Porque administrar a nós mesmos já requer um grande talento e disposição.
Que os nossos olhos sejam sensíveis sobre o outro. Que pode estar numa guerra solitária, numa terrível escuridão ou sem nenhuma saída, numa prisão. Se a gente pudesse só respirar, respeitar e seguir, compreender, que cada um de nós está seguindo o próprio processo. Talvez a gente viva melhor e seja mais feliz.
Cladesnei Estefânia Schneider