Quando o nosso foco está no fazer. O ser fica em segundo, até terceiro plano.
Por vezes esquecemos de quem somos. Só fazemos. Nos empenhamos em fazer. Cumprir tarefas.
A execução das tarefas nos parecem muito importantes. Tantas obrigações. Dar conta de tanto. Apesar de tudo. Manter o equilíbrio entre ser e fazer parece tarefa impossível. Então nos é conveniente e adequado mostrar que está tudo bem. É o que pensamos o certo. Quando não está. Pois está pesado. Além da conta. Sobrecarga. Mas temos a necessidade de dizer que somos fortes. E de fato até nos sentimos. Que estamos dando conta. Que está dando certo. Quando não está. Porque não é saudável andar nos limites. Andar com o tanque vazio. Não ter donde tirar. Apoio. Ajuda. Segurança. Até que um dia o carro não liga. Até que um dia não sairmos mais do lugar. A mania de querer vencer. Dar conta. Até se esvaziar. Se escravizar. Até o carro parar.
A imprudência de não conseguir dar um limite. Dar uma negativa. Um ponto. Para a sua autopreservação. A dificuldade de buscar ajuda. De cooperação. Por que essa cobrança? Por que ir aos limites? Qual o sentido de se esvaziar? Qual o sentido da vida em não ser? Não se encontrar? Porque o fazer nos parece mais importante. Até que chega o momento em que o chão se abre. E lá na solidão. Na dificuldade. Com sua reflexão. Tudo o que você fez não terá mais aquele sentido de antes. Quando finalmente nos atentarmos.
Que a nossa maior obra está em ser. Ser cheio. Então refazer o caminho será uma necessidade. E então aprendemos que pra fazer é preciso estar inteiro. Pra continuar. Então ser e fazer encontrarão um novo movimento. Um novo propósito.
Talvez poderão andar em equilíbrio.
Cladesnei Estefânia Schneider