Nos dias quentes, os produtores que trabalham com gado de leite acabam
tendo desafios não apenas para oferecer bem-estar aos animais, mas também
pelo fato desses períodos serem propícios à infestação de carrapatos bovinos
(Rhipicephalus microplus). O combo formado por clima úmido, mais luz e altas
temperaturas oferece as condições ideais para a multiplicação deste parasita.
Segundo a médica veterinária da Frimesa, Adrielly Mayann Michelon, os
carrapatos são ectoparasitas que causam perda de peso, danificam o couro,
transmitem agentes patógenos e/ou produzem lesões que predispõem os
animais a infecções secundárias. Esse parasita, além de sugar o sangue e
furar o couro, mantém os animais sob estresse contínuo.
De acordo com a veterinária, durante a hematofagia, os carrapatos que
apresentarem algum agente patogênico podem transmitir os patógenos pela
saliva e provocar doenças como a Tristeza Parasitária Bovina - TPB.
“O ataque de carrapatos pode causar perda expressiva na produção,
dependendo do grau da infestação. Eles podem transmitir a tristeza parasitaria
(amarelão), causando perdas econômicas com descarte de leite e
medicamentos e podendo causar até a morte do animal”, afirma.
Além disso, as mordidas dos carrapatos causam lesões no couro devido às
picadas, o que aumenta o risco de se desenvolver doenças, além de favorecer
a penetração de larvas de moscas causadoras das bicheiras (miíases).
Efeitos
A profissional explica que o carrapato-do-boi causa grandes prejuízos
econômicos à cadeia produtiva de bovinos e para que ele não chegue a uma
situação parasitária, é necessário o controle desde a fase inicial, pois se não,
com a vaca completamente infestada, a maior parte dos danos já se torna
irreversível.
O produtor e associado da Copagril, Gione Heck, morador da Linha Boa Vista,
distrito de Novo Três Passos, em Marechal Cândido Rondon, lembra que os
eventos climáticos extremos, influenciados pelo El Niño e outros fenômenos,
que deixam as temperaturas mais quentes, agravam a situação, daí a
importância de se fazer um controle estratégico dos ectoparasitas, de acordo
com as estações do ano. “Quando tivemos o problema com carrapatos, graças
à assistência veterinária disponibilizada pela Copagril nós conseguimos praticar
e implementar um protocolo de 180 dias onde consiste em três aplicações de
um carrapaticida, sempre utilizando um produto de alta capacidade e com base
de cipermetrina com clorofórmica, independente se havia ou não carrapatos
naquele momento. E desde aquela época, é esse protocolo que eu sigo”,
pontua Heck.
O produtor ainda afirma que, após adotar o protocolo, nunca mais teve
problemas com uma infestação de carrapatos.
Cuidados
A médica veterinária da Frimesa destaca que, para a obtenção dos melhores
resultados, não basta a tecnologia farmacêutica, é preciso adotar um protocolo.
“É fundamental um carrapaticida eficiente associado ao cuidado estratégico e à
orientação técnica. Dentro de uma mesma fazenda, com uma mesma raça, há
formas diferentes de tratar o rebanho. Bezerros de 4 a 8 meses, por exemplo,
precisam de mais banhos”, esclarece Adrielly Michelon.
Por isso, a Cooperativa Agroindustrial Copagril oferece a orientação técnica
necessária para que todo o cuidado necessário seja aplicado e efetivo nos
rebanhos.