Domingo, 16 de Novembro de 2025
19°C 25°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

"Grande tristeza", diz viúva de Merlino após decisão do STJ

Tribunal rejeitou condenação do ex-coronel Ustra por atos de tortura

Por: Redação Fonte: Agência Brasil
01/12/2023 às 08h28
Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A viúva do jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e assassinado pela ditadura militar, criticou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que rejeitou a condenação do ex-coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra. Para Ângela Mendes de Almeida, o entendimento é uma "grande tristeza" para a família..

Na quarta-feira (29), a Quarta Turma do STJ negou a tentativa dos familiares de Merlino de serem indenizados pelos atos de tortura praticados por Ustra por entender que o pedido prescreveu. O ex-coronel morreu em 2015, e a ação era movida contra seus familiares.

Após o anúncio do resultado do julgamento, Ângela afirmou à Agência Brasil que a decisão mostra que o Judiciário brasileiro é conservador.

"É uma grande tristeza para nós e para este país, que não revisa o seu passado", afirmou.

A viúva também disse que o tribunal descartou a imprescritibilidade de crimes contra a humanidade.

"O argumento vencedor apresentado pela juíza Isabel Gallotti reconhece o fato como crimes horrendos e repugnantes, mas recorre a um artifício burocrático para definir que não é à pessoa, e sim ao Estado, a que se deve recorrer", completou.

O advogado Joelson Dias, representante da família Merlino, disse à Agência Brasil que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a decisão.

Integrante do Partido Operário Comunista na época da ditadura militar, Merlino foi preso em 15 de julho de 1971, em Santos, e levado para a sede do DOI-Codi, então chefiado por Ustra, onde foi torturado por cerca de 24 horas e morto quatro dias depois.

Julgamento

O STJ analisou a legalidade da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que derrubou a condenação dos herdeiros de Ustra a pagarem R$ 100 mil para a viúva e a irmã de Merlino, além de reconhecer a participação do então coronel nas sessões de tortura que mataram o jornalista.

O julgamento começou em agosto deste ano, quando o relator, ministro Marco Buzzi, votou pela anulação da decisão do tribunal paulista e determinou que a primeira instância julgue o caso novamente.

O relator entendeu que os crimes atribuídos a Ustra podem ser considerados contra a humanidade. Dessa forma, a pretensão de reparação às vítimas e seus familiares não prescreve.

"A qualificação dos atos supostamente praticados pelo agente do DOI-Codi como ilícito contra a humanidade impede a utilização desse instituto, consideradas as gravíssimas violações cometidas contra direitos fundamentais e a proteção jurídica contra a tortura", afirmou.

O ministro acrescentou que a Lei de Anistia, aprovada em 1979 para perdoar crimes cometidos durante a ditadura, não impede o andamento das ações indenizatórias, que são de matéria cível.

A divergência foi aberta com o voto da ministra Maria Isabel Galotti. Ela repudiou os atos de tortura, mas votou para manter a decisão da justiça paulista ao considerar o caso prescrito.

Após sucessivos adiamentos, na quarta-feira (29) o julgamento foi retomado e, por 3 votos a 2, prevaleceu o voto divergente de Isabel Galotti contra o pedido de indenização. O posicionamento foi seguido pelos ministros João Otávio de Noronha e Raul Araújo. O ministro Antonio Carlos Ferreira acompanhou o relator e votou pela indenização.

Edição: Graça Adjuto

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Assessoria
Economia Há 1 mês

Brasil lidera reunião da Comissão de Sementes do Mercosul durante congresso em Foz do Iguaçu

Sob a coordenação do Ministério da Agricultura e Pecuária, o bloco discute regras para importação e exportação, proteção de cultivares e medidas de controle fitossanitário no trânsito internacional de sementes.

 Reuters/Brian Snyder/Direitos Reservados
Economia Há 1 mês

Brasil aumenta exportação de soja para a China, ocupando lugar dos EUA

País asiático suspendeu compra de grãos norte-americanos

IDR-Paraná abre inscrições para Processo Seletivo Simplificado com 173 vagas em diversas áreas Foto: IDR
Economia Há 1 mês

IDR-Paraná abre inscrições para PSS com 173 vagas em diversas áreas do campo neste sábado

Prazo inicia neste sábado (4), a partir das 8h. PSS vai contratar 173 profissionais de nível superior e técnico das áreas de administração, agronomia, medicina veterinária, engenharia florestal, serviço social, zootecnia e engenharia de alimentos, além de técnicos agrícolas ou em agropecuária e pesquisadores com doutorado.

Assessoria
Copagril Há 1 mês

Copagril apresenta estratégia do Agroshow 2026 a fornecedores da área pecuária

A maior vitrine tecnológica para os produtores rurais da área de atuação da Cooperativa, reunindo em um só espaço inovação, negócios e relacionamento

Assessoria
Copagril Há 2 meses

Agroshow Copagril passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos de Marechal Cândido Rondon

A Cooperativa Agroindustrial Copagril acaba de receber a confirmação de que, a partir de 2026, o seu maior evento, o Agroshow Copagril, passará a fazer parte do Calendário Oficial de Eventos de Marechal Cândido Rondon.

Marechal Cândido Rondon, PR
21°
Chuva
Mín. 19° Máx. 25°
21° Sensação
4.38 km/h Vento
84% Umidade
73% (0.57mm) Chance chuva
05h41 Nascer do sol
19h00 Pôr do sol
Segunda
20° 17°
Terça
22° 16°
Quarta
26° 16°
Quinta
28° 17°
Sexta
26° 19°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,30 +0,00%
Euro
R$ 6,15 -0,01%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 533,228,74 +0,43%
Ibovespa
157,738,69 pts 0.37%
Publicidade
Publicidade
Enquete
...
...
Lenium - Criar site de notícias